DUAS MANEIRAS ERRADAS DE
FAZER
UM APELO EVANGELÍSTICO =
Falsas Conversões.
Tome cuidado para
que seu apelo não iluda as pessoas
Sempre que
apresentamos o evangelho, quer num culto público aos domingos, quer numa
conversa pessoal durante a semana, precisamos convidar as pessoas a que se
arrependam e creiam no evangelho, para que a nossa apresentação das boas-novas
seja completa. Quão boas são as boas-novas, se nunca digo às pessoas como elas
podem responder ao evangelho e o que precisam fazer em relação a ele?
Precisamos convidar as pessoas a se arrependerem e crerem.
Mas, quando as
convidamos, temos de assegurar-nos de que não confundam qualquer resposta com a
única resposta salvadora. Os riscos são elevados neste ponto, porque, se houver
ambiguidade, estamos, de fato, cooperando para que as pessoas sejam iludidas
quanto ao seu próprio estado espiritual, por lhes garantirmos que estão salvas,
quando talvez elas não se arrependeram nem creram de maneira alguma. As duas
respostas que, em nossos dias, são frequentemente confundidas com o
arrependimento e a fé são (1) o fazer uma oração com alguém e (2) o vir à
frente no culto de adoração.
1) Fazendo uma
oração com alguém
Muitas vezes os
cristãos compartilham o evangelho com alguém e o estimulam a fazer uma oração
previamente escrita. (As pessoas podem realmente se arrepender e crer dessa
maneira.) Em seguida, o evangelista bem intencionado encoraja o “novo crente”,
dizendo: “Se você fez essa oração com sinceridade, como que expressando seus
próprios sentimentos, parabéns! Agora, você é um filho de Deus”. No entanto,
fazer uma oração nem a sinceridade nunca são apresentados nas Escrituras como
um alicerce para a segurança de salvação. Jesus nos ensina a não
tomarmos a oração e a sinceridade como segurança de salvação, e sim as ações —
o fruto de nossa vida (Mt 7.15-27; Jo 15.8; 2Pe 1.5-12). O Novo
Testamento nos ensina a considerarmos a santidade de conduta, o amor pelos
outros e a pureza de doutrina como os indicadores de nossa segurança de
salvação (1Ts 3.12-13; 1Jo 4.8; Gl 1.6-9; 5.22-25; 1Tm 6.3-5). Isso significa
que não devemos encorajar as pessoas a se sentirem seguras de sua salvação
fundamentadas apenas em uma oração que fizeram no passado, quando não têm
quaisquer frutos de arrependimento observáveis em sua vida.
2) Vir à frente depois da pregação
Isso também se
aplica àquele que vem à frente depois de uma pregação na igreja. Muitas vezes,
pessoas vêm à frente depois de um sermão, indicando assim uma “decisão por
Cristo”; e tais pessoas são logo recebidas como membros da igreja! Não se pode
discernir nessas pessoas nenhum fruto de salvação, embora se admita
(erroneamente) que ela se arrependeu e creu verdadeiramente, porque expressou
abundância de emoções, veio à frente e fez uma oração sincera.
O resultado: falsas
conversões
O resultado desse
tipo de “não exigir evidências” da segurança de salvação é que as pessoas são
ensinadas a considerar a oração de vinte anos atrás como o motivo para pensarem
que são salvas, ignorando a contradição entre seu estilo de vida e sua
confissão de fé. Podemos estar enchendo nossas igrejas com falsos convertidos,
cujos pecados trazem dúvidas sobre o testemunho da igreja local. Esse não é o
caminho para construirmos uma igreja saudável — e pode até obstruir a nossa
obra evangelística — tanto dentro como fora da igreja local.
Precisamos
compreender que as pessoas podem fazer orações sinceras e vir à frente, depois
do sermão, sem arrependerem-se e crerem em Jesus. Isso tem sido feito durante
dois mil anos. O escritor da Epístola aos Hebreus nos adverte que muitas
pessoas tinham desfrutado de experiências espirituais genuínas e que tais
experiências não eram coisas “pertencentes à salvação” (Hb 6.4-9; cf. 2Pe
1.6-10). Ele também nos instrui que a fé, a esperança e o amor são critérios
mais confiáveis (Hb 6.9-12). O fruto de obediência é a única evidência externa
que a Bíblia nos recomenda usar para discernirmos se uma pessoa é ou não
convertida (Mt 7.15-27; Jo 15.8; Tg 2.14-26; 1Jo 2.3).
Seremos mais sábios
se acabarmos com práticas evangelísticas ambíguas do que se continuarmos a
confundir as pessoas quanto à natureza da resposta salvadora. É certo que
permitir a ambiguidade pode aumentar o nosso rol de membros. Mas isso engana as
pessoas não-salvas, levando-as a pensar que são salvas — esse é o mais cruel de
todos os embustes. Também enfraquece a pureza de nossas igrejas e de seu
testemunho corporativo, permitindo a aceitação de membros que são cristãos
professos, mas que, mais tarde, revelam não serem cristãos, porque retornam a
estilos de vida que não podem caracterizar um cristão verdadeiramente
convertido.
Quer você esteja
começando uma nova igreja, quer esteja reorganizando uma igreja antiga,
continue a chamar as pessoas ao arrependimento e à fé — tanto em sua conversa
como em sua pregação. Os novos convertidos podem fazer uma confissão
pública dessa fé. É para isso que existe o batismo.
Texto adaptado
do livro Deliberadamente Igreja,
capítulo 3 “Evangelização
com Responsabilidade” (pág. 64 a 66). Copyrigh © Editora
FIEL
Autores: Mark
Dever e Paul Alexander Tradução: Francisco Wellington Ferreira