Propósito da Igreja: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Atos 2:42
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Justificação
JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
(Sobre
a Dupla Imputação) A.
O SIGNIFICADO DE “IMPUTAÇÃO”.
Imputar
algo a uma pessoa significa pôr esse algo em sua conta (creditar) ou contá-la
entre as coisas que lhe pertencem - ser-lhe creditado, e o que lhe é imputado
passa a ser legalmente seu; é-lhe contado como sua possessão. Imputar significa
contar, creditar, atribuir.
“Enquanto
se faz referência ao significado de imputar, não importa quem é o que imputa,
se é um homem (1 Sm 22:15) ou Deus mesmo, como vemos em Salmo 32:2; não importa
o que é imputado, se uma boa ação para recompensa (Sm 106:30) ou uma ação má
para castigo (Lv 17:4); e, finalmente, não importa se o imputado é algo que nos
pertencia pessoalmente antes da imputação, como no caso citado anteriormente do
Salmo 106:30, donde se imputa a Finéias sua própria boa ação, ou algo que não
nos tem pertencido previamente, como é o caso em que Paulo pede a Filemom que
uma dívida que não é sua pessoalmente, lhe seja colocada em sua conta (Fm 18).
Em todos estes casos a ação de imputar é simplesmente colocar algo na conta de
alguém. De forma que, quando Deus, no caso aqui, diz “imputar pecado” a alguém,
o significado é que Deus considera o tal como pecador e em consequência,
culpável e merecedor de castigo. Semelhantemente, a não imputação de pecado
significa simplesmente não atribuir essa carga como base do castigo (Sl.32:2).
Da mesma forma, quando Deus diz “Imputar justiça” a uma pessoa, o significado é
que Deus considera judicialmente tal pessoa como justa e merecedora de todas as
recompensas a que tem direito toda pessoa justa (Rm.4:6-11)”.
B.
A BASE DA JUSTIFICAÇÃO
A
dupla imputação de pecado e justiça (referidos a Cristo e ao crente) forma a
base da justificação.
1.
Os pecados dos crentes foram imputados a Cristo - por isto Ele sofreu e morreu
na cruz (1 Pd 2:24; II. Co 5:21). Cristo foi feito legalmente responsável pelos
pecados do crente, e sofreu o justo castigo que a este correspondia. Ao morrer
no lugar do crente, Cristo satisfez as demandas da justiça e o libertou para
sempre de toda possibilidade de condenação ou castigo. Quando os pecados do
crente foram imputados a Cristo, o ato de imputação não fez a Cristo pecador ou
contaminou Sua natureza -tampouco, de modo algum afetou Seu caráter; este ato
só tornou Cristo o responsável legal de tais pecados. A imputação não troca a
natureza de nada; somente afeta a posição legal da pessoa.
2.
Jesus Cristo viveu uma vida perfeita - guardou completamente a lei de Deus. A
justiça pessoal que Cristo obteve durante Sua vida na terra é imputada ao
pecador no momento em que este crê. A justiça de Cristo é outorgada ao crente;
e Deus o vê como se ele mesmo houvesse feito todo o bem que Cristo fez. A
obediência de Cristo, Seus méritos, Sua justiça pessoal é imputada (atribuída)
ao crente. Isto de modo algum troca a natureza do crente (como também a
imputação de pecados a Cristo não muda a Sua natureza); somente muda a posição
legal do crente diante de Deus.
C.
O MEIO DA JUSTIFICAÇÃO.
O
meio pelo qual o pecador recebe os benefícios da obra salvadora de Cristo (Sua
vida sem pecado e Seu sacrifício), é a fé n’Ele. Ninguém pode ser justificado
senão pela fé; no entanto, ninguém é justificado sobre a sua fé. A fé, em si
mesma, não salva o pecador; porém o leva a Cristo, o qual é quem, de fato,
salva; portanto, a fé, conquanto seja um meio necessário para a justificação,
não é em si mesma a causa ou a base da justificação. “Paulo disse que os crentes
são justificados dia pisteos (Rm.3:25), pistei (Rm.3:28) e ekpisteos (Rm.3:30).
O dativo e a preposição dia, representam a fé como meio instrumental pelos
quais Cristo e Sua justiça são imputados; a preposição ek mostra que a fé
ocasiona, e logicamente precede, nossa justificação pessoal. Paulo nunca disse,
e sem dúvida negaria, que os crentes são justificados dia pistin, ou seja, por
causa de sua fé. Se a fé fosse a base da justificação, a fé seria, com efeito,
uma obra meritória; e a mensagem do evangelho seria, depois de tudo, meramente
uma nova versão da justificação por obras, doutrina considerada por Paulo como
irreconciliável com a graça, e destrutiva espiritualmente (Compare Rm 4:4;
11:6; Gl .4:21-5:1 2). Paulo considera a fé, não como a causa da justificação,
mas como a mão vazia, estendida, que recebe a justiça ao receber a Cristo”.
D.
A DISTINÇÃO ENTRE JUSTIÇA “IMPUTADA” E JUSTIÇA “PESSOAL”
Devemos
ter o cuidado de não confundir a justiça imputada (a qual recebemos pela fé e
que é a única base de justificação) com os atos pessoais de justiça
(santidade), realizados pelos crentes como resultado da obra do Espírito Santo
em seus corações. Hodge disse:
“A
justiça pela qual somos justificados, não é algo feito por nós nem nada que
tenhamos forjado em nós mesmos, mas algo feito por nós e a nós imputado. É a
obra de Cristo, o que Ele fez e sofreu para satisfazer as demandas da lei (...)
não é nada que tenhamos criado ou forjado em nós ou algo inerente em nós. Por
isso dizemos que Cristo é nossa justiça; que somos justificados por Seu sangue,
Sua morte, Sua obediência; somos justos nEle e somos justificados por Ele, ou
em Seu nome. A justiça de Deus, revelada no Evangelho e pela qual somos
constituídos justos é, portanto, a justiça perfeita de Cristo, a qual cumpre
completamente todos os requisitos da lei a que os homens estão obrigados e que
todos os homens tem quebrado”.
A
base da justificação é A OBRA DE CRISTO, e O MEIO da justificação é a FÉ EM
CRISTO.
www.monergismo.com David
S. Steele e Curtis C. Thomas (Extraído
do Livro “Romanos, um bosquejo explicativo” Fonte: Jornal “OS PURITANOS”)