Propósito da Igreja:
Propósito da Igreja: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Atos 2:42
segunda-feira, 17 de abril de 2017
sexta-feira, 14 de abril de 2017
sábado, 8 de abril de 2017
Igreja Reflexo do Pastor
A IGREJA É O REFLEXO DO SEU PASTOR
A crise que tem atingido a
sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora
estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos
visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a
Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora.
Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo
isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na
igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo,
ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir.
Pastores que agem assim são,
geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar
que o caráter sustenta a unção e não vice versa. Há uma crise pastoral e ela
precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja
totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E
isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias
teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje:
O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é
medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos
púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um
detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para
que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou
seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada.
Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo
da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos
homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma
lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois,
por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja
ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na
cruz. É o famoso venha como está e fique como está.
Alguns textos que condenam o
homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10.
Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas.
Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos
os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se
comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o
futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do
tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se
arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua
a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas,
respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma
significativa.
Igrejas Emergentes – As
igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem
em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem
pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo,
chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus
milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a
preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa
longe dessas igrejas.
Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da
Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam
trancados no armário do socialismo.[1]
Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que,
iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo
extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao
crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No
liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e
a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o
liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a
filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a
autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo
protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós
encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de
uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11
falam dele como se ele fosse um personagem real? Então eu fico com a Bíblia e
não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo
as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
O que temos visto hoje em
dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev.
Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um
fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos
perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está
crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho
híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se
diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não
sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no
mercado da fé, o Rev. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de
pastores:[2]
Primeiro, há
pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um
pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma
novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso
inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce,
mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há
pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço
de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há
pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores
inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da
verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um
veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na
Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse
instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal
que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um
liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento
espiritual.
Quando, uma igreja chega ao
ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras,
seu destino é caminhar rapidamente para a destruição.
A teologia define o caráter e
à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se
afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos
ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o
púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um
fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o
auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade,
não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem
ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser
solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente
reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos
também no descrédito assim como muitos tem caído.
Notas:
1 - Venâncio, Norma Braga. A
Mente de Cristo Conversão e Cosmovisão Cristã. Ed. Vida Nova, São Paulo, SP,
2012: p. 49.
2 – Lopes, Hernandes Dias.
De: Pastor A: Pastor. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 22,23.
Fonte: Ministério Batista
Bereia
Postado por Ruy Marinho.
Por Pr. Silas Figueira
A Pregação Fiel
PREGAÇÃO EXPOSITIVA
A pregação fiel da palavra:
Marca distintiva de uma igreja verdadeira
Há um grito desesperado no
coração dos crentes. Eles pedem uma Igreja verdadeira. Onde está esta Igreja?
Ora, esta igreja só pode ser achada quando o púlpito ressoa a trombeta de Deus,
ou como coloca Paulo, quando a loucura de Deus se manifesta! A pregação é a
marca distintiva da Igreja. Esta marca era usada pelos reformadores para
identificar uma Igreja verdadeira. Mas, em nossa época tornar-se difícil de
encontrar um púlpito fiel, e o que dizer de uma igreja verdadeira.
Alguém poderá perguntar: é
realmente necessária a pregação? Por que vocês presbiterianos dão tanta
importância à pregação? Porque ela é o divisor de águas entre o céu e o
inferno. Chapell nos lembra algo interessante sobre isso:
“Sabemos serem insuficientes
nossas habilidades para uma tarefa de tão amplas consequências. Reconhecemos
que o nosso coração não é puro o bastante para guiar outros à santidade. Uma
honesta avaliação de nossa perícia inevitavelmente nos leva à conclusão de que
não temos eloquência ou sabedoria capazes de lavar as pessoas da morte para a
vida.”[1]
Nos dias de hoje o sermão é
desprezado pela Igreja de Cristo com tanta facilidade que Spurgeon chegou
afirmar o seguinte: “A apatia está por toda a parte. Ninguém se preocupa em
verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é
sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor” [2] As
palavras de Spurgeon ressoam em nossa época, pois, na verdade tal negligência
têm ocorrido em nossos dias, por isso, precisamos encarar este assunto com mais
seriedade. Neste breve estudo falaremos sobre a Pregação Fiel como a marca
distintiva da verdadeira Igreja.
Pois, a Igreja sem pregação
assemelha-se a corpo sem alma, ela não tem vida. Ela tem barulho, choro e
gritos – como acontece em um funeral – mas muitos têm atribuído isso ao
Espírito Santo, todavia, não percebem que o Espírito age com e por meio da
palavra.
I - A História da Pregação – Sua Majestade e Glória
Não podemos falar sobre este
assunto sem entendermos como a História da Igreja o encarou, ou seja, como a
Igreja viu a questão da pregação fiel da palavra? No texto que lemos Paulo
valorizava a pregação oferecendo conotações dramáticas. O que é a pregação?
Stott nos diz que é “a ênfase exclusiva do cristianismo”[3].
Por onde começar a nossa
peregrinação histórica da pregação? Dargan nos indica que tal procura deve ser
vista no próprio cristo, pois, o “Fundador do cristianismo, pessoalmente, foi o
primeiro dos seus pregadores...”[4]. Os evangelhos apresentam cristo como indo
e “proclamando as boas-novas de Deus” (Mc.1.14; 1.39; Mt.4.17; 4.23; 9.35).
Somos informados pelas
Escrituras que os apóstolos davam prioridade à pregação da Palavra em Atos 6.4.
Os pais apostólicos
insistiram nesta mesma temática – a pregação fiel da palavra – conforme vemos
no relato de Justino Mártir:
E no dia chamado Domingo,
todos quantos moram nas cidades ou no interior reúnem-se juntos num só lugar,
são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, por tanto
tempo quanto possível; depois, tendo terminado o leitor, o presidente instrui
verbalmente, e exorta à imitação dessas coisas virtuosas. Em seguida, todos nos
colocamos de pé e oramos e, conforme dissemos antes, ao terminarem as nossas
orações são trazidos pão, vinho e água, e o presidente, de modo semelhante,
oferece orações e ações de graças, segundo a sua capacidade, e o povo concorda
dizendo amém.[5]
Outro pai apostólico chamado
Tertuliano diz basicamente a mesma verdade sobre a pregação da palavra no dia
do Senhor. Mas, penso que não existe pregador mais proeminente na história da
Igreja do que o João Chryssostomos – conhecido como o Boca de Ouro – bispo na
Igreja Grega; os historiadores dizem que pregação de Chryssostomos possuía
quatro características basilares que veio a tornar-se padrão para a pregação
fiel;
Era uma pregação Bíblica.
Interpretação simples e
direta.
Aplicação prática.
Era destemida em suas
colocações.
Na realidade ele “era mártir
do púlpito, pois foi principalmente sua pregação fiel que provocou o seu
exílio”[6]. No período dos reformadores e dos puritanos a pregação recebeu
tamanha importância, a ponto de o bispo Latimer dizer: “A Palavra de Deus é semente
para ser lançada no campo de Deus” e “o pregador é o semeador”, o título deste
sermão era “Mão no Arado”, durante um momento de sua pregação Latimer , faz uma
pergunta inusitada: “Quem é o bispo e prelado mais diligente em toda a
Inglaterra, que supera todos os demais no exercício do seu cargo? ...Vocês
querem saber quem é? – é o Diabo. É ele o pregador mais diligente entre todos
dos demais”, ele prosseguiu:
Nunca está ausente da sua
diocese; nunca está longe de sua comunidade eclesiástica; você nunca o achará
desocupado; sempre está na sua paróquia; mantém resistência a todo tempo; você
nunca o achará indisponível... Onde o Diabo está em residência e está com seu
arado em andamento, ali: fora os livros e vivam as velas! Fora as Bíblias e
vivam os rosários! Fora a luz do evangelho e viva a luz das velas – até mesmo
ao meio-dia! [...] vivam as tradições e as leis dos homens! Abaixo as tradições
de Deus e sua santíssima Palavra! [...] portanto vocês, prelados que não
pregam, aprendam com o Diabo: a serem diligentes no exercício do seu cargo
[...] Se vocês não quiseram aprender de Deus, nem de homens bons, a serem
diligentes no cargo, aprendam do Diabo.[7]
Ou seja, se somos preguiçosos
para estudarmos a Palavra de Deus para aplicar, pregar e defendê-la, se não
pregamos e expomos a Palavra de Deus aos homens somos inimigos da causa do
evangelho. E a pregação é o único veículo pelo qual o mundo pode encontrar
salvação.
Então, pregue a Palavra,
pois, a pregação continua sendo majestosa e é nosso dever pregar com autoridade
singular sem reservas, sem medo, e crendo que Deus tem usado este método para
salvar pecadores como declarou Paulo no texto que citamos acima.
II – A Pregação Fiel é Aquela que Expõe o Texto
Algumas pessoas dizem que
tudo o que vemos na Igreja nos Domingos à noite deve ser caracterizado como
pregação; todavia, a autêntica pregação é aquela que expõe o texto, conhecida
como pregação expositiva. Ela deve ser uma prática na vida daqueles que sobem
ao púlpito; temos visto que, muitos preferem pregar temática ou topicamente.
Por quê? Bem, porque é mais fácil pregar em cima de um tema; geralmente os
teólogos sistemáticos pregam desta forma; trabalham temas na Igreja no Domingo
à noite – não estou dizendo que a pregação não deva Ter um tema – o que estou
dizendo é que o texto não pode ser exposto com a pressuposição doutrinária que
se deve abordar.
Deixe-me explicar: Imagine
que você quer pregar sobre a trindade. Então, lança mão do texto de Gênesis 1.1
para fundamentar a doutrina; a primeira pergunta a ser feita é: Moisés estava
pensando na Trindade quando escreveu este texto, especialmente no uso do
substantivo plural elohim? E se formos sinceros diremos que não, logo o texto
não serve, mas isso anula a doutrina? Não. Agora você prepara um estudo sobre o
assunto, e começa com João 14.23 – “viremos e faremos nele morada” cristo está
falando de uma Trindade? Sim. Então eu posso agora compreender Gênesis 1.1 –
ali vejo, pelo escopo de toda a revelação, a forma embrionária da Trindade.
A pregação expositiva ela se
concentra apenas no texto que é lido. Por que é tão difícil pregar
expositivamente? Porque exige mais do pregador:
Exige conhecimento histórico:
o contexto da passagem deve ser levado em consideração.
Exige conhecimento do texto
original e de sua gramática
Exige conhecimentos de
exegese e hermenêutica.
Exige muita leitura – manuais
de exegese, manuais de interpretação, comentários bíblicos.
Exige conhecimento dos
sistemas doutrinários: credos, confissões, teologias sistemáticas.
A Igreja sempre pregou
expositivamente? Esta é uma grande pergunta. A resposta é afirmativa, pois
vemos isso no dia de Pentecostes que o sermão de Pedro foi expositivo, veja
como está estruturado o sermão:
I – Jesus de Nazaré foi um
homem aprovado por Deus.
* Em Sua vida
* Em Sua morte
* Em Sua Ressurreição
* Em Sua ascensão aos Céus.
II - Jesus recebeu o Espírito
santo e derramou o que vocês vêem e ouvem .
III – Deus fez a este Jesus,
Que vocês crucificaram, Senhor e Cristo.
IV – Aplicação
* Arrependam-se
* Sejam batizados em o nome
de Jesus Cristo.
V – Promessas:
* Remissão dos pecados
* Dom do Espírito Santo
* Inclusão dos Filhos
* E muitos que estão longe,
tantos quantos o nosso Deus chamar.[8]
Outro texto neotestamentário
que nos apresenta uma pregação expositiva é Atos 7 – conhecido como o sermão de
Estevão. Este tipo de sermão sempre esteve presente na vida da Igreja desde os
seus primórdios, o sermão do monte que Cristo proferiu é expositivo.
Por que pregar
expositivamente? Penso que a pregação expositiva nos oferece algumas verdades
fundamentais:
Restaura a pregação da crise.
Anula os métodos
subjetivistas (místicos)
Restaura a autoridade da
Bíblia
Restaura a vida da Igreja.
Estas quatros realidades são
manifestadas quando pregamos expositivamente. Isso implica em algumas coisas.
Primeiro, nos mostra que a crise na pregação de hoje é o resultado da nossa
negligência, pois, não estamos pregando a Bíblia fielmente. Esquecemos do que
Paulo nos diz em 1 Coríntios 4.1-2 nossa pregação deve ser fiel; em segundo
lugar, os métodos subjetivos deve ser rejeitados quando pregamos
expositivamente a palavra, um exemplo disso, é o uso que muitos fazem de João
14.6, e dizem que vêem ali três coisas:
Caminho – indica a lei de
Deus.
Verdade – Indica que o mundo
é uma mentira
Vida – indica a Pessoa de
Cristo.
Esta abordagem do texto é
subjetiva, e ignora a exegese do texto. Jesus não está dizendo três coisas
distintas, mas ele está usando uma figura chamada Tríade Sinonímica. Isto quer
dizer que Cristo estava dizendo uma única coisa: Eu sou o caminho vivo e
verdadeiro. Então não adiante pegar este texto para fazer uma pregação de três
pontos!
Quando pregamos
expositivamente restauramos a autoridade da Bíblia, estamos dizendo ao nosso
povo que todas as nossas idéias derivam da Bíblia. Ou seja, a pregação
expositiva diz que a Bíblia continua sendo o padrão absoluto em um mundo
pós-moderno. Por que dizemos isso? É porque sabemos que nem “todas as respostas
que a igreja proporciona por meio dos seus pregadores proclamam boas-novas.
Algumas simplesmente abandonaram toda esperança de encontrar uma fonte da
verdade que tenha autoridade.” A Bíblia se torna o centro do culto e da vida do
crente quando é confrontado expositivamente pelo texto sagrado no Domingo à
noite. “Tal pregação apresenta a voz de autoridade que não procede do homem e
assegura respostas não sujeitas a fantasias culturais”.[9] A Bíblia recebe
plenamente a autoridade quando pregamos fielmente as Escrituras.
A pregação expositiva também
oferece vida para a Igreja. A lei de Deus quando é ensinada oferece vida e
vivifica a alma (Sal. 119.25; João 6.68). A pregação é a palavra de Cristo à
Igreja; é nosso dever pregar expondo a Bíblia.
III – A Pregação Fiel está Compromissada com a Suficiência da Bíblia
como Palavra de Deus
Como identificar uma Igreja
verdadeira? Bem, temos visto que a pregação fiel da palavra é a principal marca
de uma Igreja verdadeira. Não é qualquer pregação, note é a pregação fiel. Ou
seja, ela deve ser fiel a revelação de Deus. Isso nos leva para o principio da
Reforma chamado de Sola Scriptura (somente as Escrituras).
Todo sermão deve refletir a
crença incontestável de que a Bíblia é a única fonte de autoridade na vida da
Igreja. Os que não crêem assim podem até pregar, mas não são pregadores fiéis a
Bíblia, e assim, a Igreja que pastoreiam não pode ser classificada como Igreja
verdadeira.
O que estamos querendo dizer
é que a pregação expositiva condena toda prática e doutrina que suplanta as
Escrituras por meio de novas revelações ou tradições humanas. O “assim diz o
SENHOR” das Escrituras é o imperativo da pregação expositiva. Bíblia e somente
Bíblia e nada de revelações, supostamente produzidas pelo Espírito Santo!
A pregação fiel é o principal
meio de graça da Igreja de Cristo, ou seja, Cristo fala a sua Igreja somente
por meio dela, pois, ela é a Palavra de Cristo – Hebreus 1.1; no entendimento
presbiteriano a pregação é o “mais excelente meio pelo qual a graça de Deus é
comunicada aos homens...”[10].
As nossas experiências
espirituais não podem de forma alguma anular a Palavra proclamada de Deus (2
Pedro 1.15-21) , é exatamente isso que nos diz Pedro, ele que teve uma tremenda
experiência no monte da Transfiguração, mas não usou esta experiência para
sufocar a palavra profética que estava sendo anunciada.
A pregação expositiva quebra
toda tradição anti-bíblica; não há meios pelo qual possamos ser pregadores
fiéis e mantermos tradições que não tem apoio na Bíblia. Os nossos e credos
devem ser analisados a luz da Palavra de Deus. O fundador do presbiterianismo
na Inglaterra Thomas Cartwright era um bom Anglicano, todavia, decidiu fazer
uma série de pregações expositivas no livro de Atos e descobriu que o governo da
Igreja primitiva era o sistema de governo presbiteriano, então, ele rompeu com
sua tradição Anglicana e iniciou o presbiterianismo Inglês.[11]
A pregação fiel reconhece que
a Escritura é plenamente suficiente em tudo o que afirma, pois, é assim que nos
ensina Paulo em 2 Timóteo 3.15-17. A pregação expositiva deve estar
compromissada com a verdade da suficiência da Palavra de Deus.
IV – A Pregação Fiel Restaura o Culto
Como saber se a Igreja que frequentamos
é verdadeira? Devemos olhar para o culto! O culto é o reflexo de como tratamos
a pregação; ou é o resultado da pregação. A pregação torna o culto o que ela é.
A pregação expositiva é
simples. Logo o culto deve ser simples. A pregação expositiva é clara; cada ato
litúrgico deve ser claro; a pregação expositiva é bíblica; tudo no culto deve
Ter sanção bíblica. A pregação expositiva é prática, então, o culto deve
prático; a pregação expositiva visa a glória de Deus e por consequência o culto
deve manifestar plenamente essa glória de Deus.
A pregação ocupa o lugar
central no culto que prestamos a Deus. A reforma litúrgica só torna-se possível
se a pregação estiver neste lugar central. Josias nos tempos do Antigo Testamento
fez uma reforma radical no culto porque a Lei de Deus fora achada e lida! A
Reforma Protestante foi a reforma do culto mediante a Proclamação da Palavra. A
palavra reforma o culto.
Calvino ao falar sobre a
primazia da pregação no culto, em seu manual eclesiástico, diz que a “pregação
da Palavra deveria ser o elemento essencial do culto público e a tarefa
primordial e central do ministério pastoral”.[12] E ainda Calvino diz que
“Satanás tenta destruir a igreja fazendo desaparecer a pregação Pura.”[13], ele
ainda costumava dizer que:
“os sinais pelos quais a
igreja é reconhecida são a pregação da Palavra e a observância dos sacramentos,
pois estes, onde quer que existam, produzem fruto e prosperam a benção de Deus.
Eu não estou dizendo onde quer que a Palavra seja pregada os frutos
imediatamente apareçam; mas que onde quer que seja recebida e habite por algum
tempo, ela sempre manifesta a sua eficácia”[14]
Então, se desejamos saber se
estamos em uma Igreja verdadeira devemos de fato olhar como a pregação afeta o
culto! Um culto onde os homens não são reverentes, não ouvem a pregação da
Palavra como elemento Central (Veja: Neemias 8), este culto não foi restaurado
pela Pregação. E por quê? Porque fala-se da Palavra, mas não se prega ela
fielmente! Em muitos cultos a Palavra é usada como apêndice, pois, o Teatro, o
coral, a coreografia, as palmas, o conjunto de Louvor tornam-se o centro do
culto, remove-se a pregação e coloca-se o entretenimento. A pregação dura
apenas alguns minutos, e é tratada de forma subjetiva e a mensagem é
triunfalista! “Deus vai mudar sua sorte”, “Deus me revelou que a tua vitória
vai chegar”; e assim, eles chamam isso de pregação. Isso não é a pregação que
caracteriza a verdadeira Igreja.
A pregação fiel restaura o
culto porque coloca Deus no lugar de Deus, e o homem no lugar de homem. Onde o
pecado é confrontado, os deveres são exigidos, onde a santidade é exposta, onde
o inferno é mostrado, onde a graça é manifestada na proclamação temos uma
Igreja verdadeira. O culto verdadeiro é reflexo de uma pregação fiel. A Igreja
que ama a pregação expositiva é uma Igreja preparada para enfrentar o mundo; se
amamos a pregação expositiva vamos inevitavelmente amar o culto a Deus.
Conclusão
Diante do que já temos
exposto o que podemos aprender e aplicar para nossas vidas? Que conclusões
podemos tirar de tudo isso que falamos?
Nunca despreze a Pregação: A
história do cristianismo nos alerta para a majestade da pregação e sua glória.
Entenda que a Igreja
Verdadeira valoriza a Pregação expositiva: Para identificar se aquela Igreja é
verdadeira avalie sua pregação, se ela não expõe fielmente os ensinos da
Bíblia, saiba que ali não há Igreja alguma.
Apegue-se a verdade de que a
Igreja Verdadeira está comprometida com a suficiência da Palavra de Deus:
Línguas, profecias e revelações ou tradições humanas não podem silenciar a voz
do púlpito!
Se uma pregação em uma Igreja
não restaura o culto, então, ali não temos uma Igreja verdadeira: A Igreja
Verdadeira terá a preocupação de que tudo o que for realizado no culto deve ser
ordenado, por um mandamento explícito, exemplo histórico e inferência bíblica.
A Igreja que está comprometida com a pregação expositiva terá profundo amor
para com o culto a Deus e visará somente a glória de Deus!
autor: João Ricardo é
professor do Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil.
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