A IGREJA É O REFLEXO DO SEU PASTOR
A crise que tem atingido a
sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora
estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos
visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a
Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora.
Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo
isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na
igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo,
ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir.
Pastores que agem assim são,
geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar
que o caráter sustenta a unção e não vice versa. Há uma crise pastoral e ela
precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja
totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E
isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias
teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje:
O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é
medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos
púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um
detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para
que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou
seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada.
Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo
da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos
homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma
lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois,
por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja
ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na
cruz. É o famoso venha como está e fique como está.
Alguns textos que condenam o
homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10.
Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas.
Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos
os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se
comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o
futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do
tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se
arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua
a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas,
respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma
significativa.
Igrejas Emergentes – As
igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem
em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem
pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo,
chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus
milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a
preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa
longe dessas igrejas.
Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da
Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam
trancados no armário do socialismo.[1]
Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que,
iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo
extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao
crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No
liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e
a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o
liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a
filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a
autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo
protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós
encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de
uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11
falam dele como se ele fosse um personagem real? Então eu fico com a Bíblia e
não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo
as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
O que temos visto hoje em
dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev.
Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um
fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos
perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está
crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho
híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se
diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não
sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no
mercado da fé, o Rev. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de
pastores:[2]
Primeiro, há
pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um
pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma
novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso
inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce,
mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há
pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço
de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há
pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores
inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da
verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um
veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na
Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse
instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal
que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um
liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento
espiritual.
Quando, uma igreja chega ao
ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras,
seu destino é caminhar rapidamente para a destruição.
A teologia define o caráter e
à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se
afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos
ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o
púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um
fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o
auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade,
não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem
ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser
solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente
reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos
também no descrédito assim como muitos tem caído.
Notas:
1 - Venâncio, Norma Braga. A
Mente de Cristo Conversão e Cosmovisão Cristã. Ed. Vida Nova, São Paulo, SP,
2012: p. 49.
2 – Lopes, Hernandes Dias.
De: Pastor A: Pastor. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 22,23.
Fonte: Ministério Batista
Bereia
Postado por Ruy Marinho.
Por Pr. Silas Figueira