ATRIBUTOS DE UM HOMEM DE
DEUS
A
viúva de Sarepta, dirigindo-se ao profeta Elias, disse: “Agora sei que és homem
de Deus…” (1Rs 17.24). Quais foram os atributos desse homem de Deus?
Em
primeiro lugar, Elias foi um homem que andou na presença de Deus (1Rs
17.1). Elias era um homem desconhecido, de uma família desconhecida,
de um lugar desconhecido, mas um homem levantado por Deus em tempo de crise
política e apostasia religiosa. Elias apresentou-se ao ímpio rei Acabe, para
trazer-lhe uma palavra de juízo. Porque Israel estava rendido à idolatria,
servindo a Baal, o deus da prosperidade”, Deus fechou as comportas do céu e as
chuvas foram retidas por três anos e meio. A seca implacável não foi apenas um
fenômeno da natureza, mas um juízo divino ao povo rebelde. Elias disse ao rei:
“Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem
orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”. Elias é um
homem de Deus, porque vive na presença de Deus em vez de andar segundo os
ditames do mundo.
Em
segundo lugar, Elias foi um homem que orou por grandes causas (1Rs
17.19-22). Inobstante Elias ser um homem semelhante a nós, sujeito aos
mesmos sentimentos (Tg 5.17), foi poderosamente usado por Deus tanto na oração
como na pregação. Elias falou a Deus e falou ao povo. Ele orou com instância
para não chover, e não choveu (Tg 5.17). Ele orou, e o filho único da viúva de
Sarepta ressuscitou (1Rs 17.19-22). Ele orou e o fogo do céu caiu, numa
retumbante demonstração do poder de Deus diante da impotência dos ídolos (1Rs
18.36-39). Ele orou e o céu deu chuva novamente (Tg 5.18; 1Rs 18.42-45). Tiago
ilustrou o princípio bíblico: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do
justo”, inspirado na vida de Elias (Tg 5.16). Escasseiam-se em nossa geração os
homens de oração. Precisamos não apenas de homens cultos e influentes na
sociedade, mas, sobretudo, de homens conhecidos no céu, homens de oração. Nosso
maior anelo é que se levantem, em nosso tempo, homens que tenham a humildade de
se dobrarem diante de Deus, para que tenham a coragem de se levantarem diante
dos homens.
Em
terceiro lugar, Elias foi um homem que corajosamente confrontou o
pecado (1Rs 17.1; 18.18; 18.21). Elias não foi um profeta da
conveniência. Não fez do seu ministério uma plataforma de relações públicas.
Jamais negociou a verdade. Nunca deixou de atacar firmemente as fortalezas do
pecado. Anunciou o juízo de Deus sobre a nação apóstata. Confrontou o perverso
rei Acabe, chamando-o de perturbador de Israel. Denunciou a atitude covarde do povo
que vivia coxeando entre dois pensamentos. Desafiou os profetas de Baal,
expondo aos olhos da nação a inoperância de seus ídolos. Precisamos de homens
que tenham coragem de denunciar o pecado no palácio e na choupana. Na política
e na religião. Na vida dos líderes e dos liderados.
Em
quarto lugar, Elias foi um homem em cuja boca a palavra de Deus era a
verdade (1Rs 17.24). A viúva de Sarepta ao ver seu filho morto
retornando à vida pela oração de Elias, afirmou: “… a palavra de Deus na tua
boca é verdade”. Uma coisa é pronunciar a palavra de Deus; outra coisa é ser
boca de Deus. Nem todas as pessoas que proclamam a palavra de Deus são boca de
Deus. O profeta Jeremias diz que aqueles que são boca de Deus arrependem de
seus pecados, andam na presença de Deus e apartam o precioso do vil (Jr 15.19).
E. M. Bounds disse, com razão, que homens mortos tiram de si palavras mortas e
palavras mortas matam. Lutero dizia que sermão sem unção endurece os corações.
Nas palavras de Jonathan Edwards, precisamos de homens que tenham luz na mente
e fogo no coração. Homens que conheçam não apenas a respeito de Deus, mas,
sobretudo, conheçam a intimidade de Deus.
Que
os homens presbiterianos, sigam as mesmas pegadas do profeta Elias, e sejam, em
nossa geração, verdadeiros homens de Deus!
Hernandes Dias Lopes