ENCORAJAR SEU PASTOR
"Não
é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às
mesas" (At 6.2).
A situação era séria. Viúvas estavam sendo negligenciadas pela igreja. Contudo, a igreja confiou esse ministério a outros membros cheios do Espírito Santo, para que os apóstolos se consagrassem "à oração e ao ministério da palavra" (v. 4). Esse tipo de sabedoria prática e disposição de delegar responsabilidades precisa caracterizar a igreja, se tiver de ser mantida a prioridade da pregação.
Os membros e oficiais da igreja deveriam
mostrar grande cuidado em insistir que seu pastor mantenha a obra da pregação
como a prioridade de seu ministério.
John
MacArthur salientou esse ponto com grande eloquência, em um sermão pregado na
Conferência de Pastores da Convenção Batista do Sul, em 1990, realizado em
Nova Orleans, Louisiana. De que maneira os membros de igreja podem encorajar
seu pastor a fazer da pregação a sua prioridade?
Precisamos
nos determinar a permitir que nossas convicções sejam moldadas pela imutável
Palavra de Deus e não pelas mutáveis tendências da cultura moderna.
Aqui estão as sugestões de MacArthur: Empurrem-no para o seu escritório, tirem da porta a placa "Escritório" e substituam-na por outra que diz: "Sala de Estudo". Tranquem-no com seus livros, sua máquina de escrever e sua Bíblia. Forcem-no a se ajoelhar diante dos textos, dos corações quebrantados, da inquietação de vidas de um rebanho dado à superficialidade e diante de um Deus Santo. Obriguem-no a ser o único homem da igreja que conhece o bastante acerca de Deus. Atirem-no para o ringue, a fim de boxear com Deus, até que ele aprenda quão pequenos são os seus braços. Coloquem-no a lutar com Deus por toda a noite, permitindo que saia apenas quando estiver machucado e surrado, a ponto de ser uma bênção. Fechem a boca desse homem, para que ele não seja continuamente um mero discursador. Impeçam sua língua de tropeçar em coisas não-essenciais. Exijam que tenha algo a dizer, antes de quebrar o silêncio. Queimem seus olhos com estudo cansativo. Desarticulem seu equilíbrio emocional com a preocupação pelas coisas de Deus. Façam-no trocar sua aparência piedosa por uma caminhada humilde com Deus e com os homens. Levem-no a se gastar para a glória de Deus. Desliguem seu telefone. Destruam suas folhas de avaliação. Coloquem água no seu tanque de gasolina. Deem-lhe uma Bíblia e amarrem-no ao púlpito. Ponham-no à prova, examinem-no, submetam-no a testes. Humilhem-no por sua ignorância das coisas divinas. Envergonhem-no por causa de sua boa compreensão de assuntos econômicos, e de questões sobre partidos políticos. Gracejem de suas frustradas tentativas de "ser um psiquiatra". Formem um coral, cantarolem e assediem-no, noite e dia, dizendo: "Pastor, queremos conhecer Deus". Quando, por fim, ele subir ao púlpito, perguntem-lhe se ele tem uma palavra vinda de Deus. Se não, dispensem-no. Digam-lhe que vocês também sabem ler jornal, digerir os comentários da televisão, avaliar os problemas superficiais do dia, lidar com as enfadonhas tendências da comunidade e abençoar o arroz e feijão, melhor do que ele. E, quando ele proferir a Palavra de Deus, ouçam-no. Quando ele, for inflamado pela flamejante Palavra de Deus, consumido pela ardente graça que o abrasou, quando for privilegiado de haver traduzido a verdade de Deus ao homem e, no seu final, for transferido da terra para o céu, sepultem-no de forma gentil. Toquem a trombeta emudecida. Ponham-no para descansar suavemente, colocando uma espada de dois gumes em seu caixão, e entoem um cântico de triunfo, pois, antes de morrer, ele se tornou um homem de Deus. A avaliação de John Broadus, feita em 1870, permanece válida para estes anos finais do século XX: "Em cada época do cristianismo, desde que João Batista atraiu multidões para o deserto, não tem havido grandes movimentos religiosos, nenhuma restauração da verdade das Escrituras, nenhuma renovação da piedade genuína, sem um novo poder na pregação, tanto como causa quanto como efeito". Se temos esperança de ver genuíno avivamento e reforma, é preciso haver o retorno de poder ao púlpito. A pregação ungida pelo Espírito é a grande necessidade de nossos dias. Estejamos batalhando para restabelecer sua prioridade em nossas igrejas. Oremos por aqueles cuja tarefa é cumprir o santo chamamento de proclamar o evangelho de Jesus Cristo, no poder do Espírito. Que Deus nos conceda um avivamento da verdadeira pregação. "Pregar de forma simples não é pregar rudemente, nem indouta ou confusamente, mas pregar de maneira tão simples e perspicaz que o homem mais simples possa entender o que é ensinado, como se ouvisse ser chamado pelo próprio nome." Henry Smith "Não há sermão que, sendo ouvido, não nos ponha mais perto do céu ou do inferno." John Preston |