Propósito da Igreja:

Propósito da Igreja: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Atos 2:42

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Dispensacionalismo

                               DISPENSACIONALISMO
O que é o Dispensacionalismo? O Dispensacionalismo é Bíblico?"
O Dispensacionalismo é um sistema teológico que apresenta duas distinções básicas:
(1) Uma interpretação consistentemente literal das Escrituras, em particular da profecia bíblica.                                                                                                                                                        (2) A distinção entre Israel e a Igreja no programa de Deus.

(1) Os Dispensacionalistas afirmam que seu princípio hermenêutico é o da interpretação literal. “Interpretação Literal” significa dar a cada palavra o significado que corriqueiramente teria no uso cotidiano. Símbolos e figuras de linguagem, neste método, são todos interpretados de forma simples e óbvia, e de forma alguma se opõem à interpretação literal. Mesmo os simbolismos e falas figurativas possuem em sua base significados literais.

Há pelo menos três razões para ser esta a melhor maneira de ver as Escrituras. Primeiro, filosoficamente, o propósito da linguagem parece exigir que nós a interpretemos literalmente. A linguagem foi dada por Deus para o propósito da capacidade de comunicação com o homem.
A segunda razão é bíblica. Toda a profecia sobre Jesus Cristo no Velho Testamento foi literalmente cumprida. O nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus ocorreram todos exatamente e literalmente como preditos pelo Velho Testamento. Não há nenhum cumprimento não-literal destas profecias no Novo Testamento.
Terceiro, é o método literal. Se a interpretação literal não for usada no estudo das Escrituras, não haverá um padrão objetivo pelo qual se possa compreender a Bíblia. Cada pessoa seria capaz de interpretar a Bíblia do jeito que quisesse. A interpretação bíblica se degeneraria em “o que essa passagem me diz...” ao invés de “a Bíblia diz...” Infelizmente, este já é um caso comum em muito do que chamam de interpretação bíblica nos dias de hoje.

(2) A Teologia Dispensacionalista acredita que há dois povos distintos de Deus: Israel e a Igreja. Os Dispensacionalistas acreditam que a salvação foi sempre pela fé (Em Deus no Velho Testamento; especificamente em Deus o Filho no Novo Testamento). Os Dispensacionalistas afirmam que a Igreja não substituiu Israel no programa de Deus e que as promessas do Velho Testamento a Israel não foram transferidas para a Igreja. Eles creem que as promessas que Deus fez a Israel (por terra, muitos descendentes e bênçãos) no Velho Testamento serão cumpridas no período de 1000 anos de que fala Apocalipse 20. Eles creem que da mesma forma que Deus concentra sua atenção na igreja nesta era, Ele novamente, no futuro, concentrará Sua atenção em Israel ( Romanos 9-11).
Usando como base este sistema, os Dispensacionalistas entendem que a Bíblia seja organizada em sete dispensações: Inocência (Gênesis 1:1- 3-7), Consciência (Gênesis 3:8- 8:22), Governo Humano (Gênesis 9:1 – 11:32), Promessa (Gênesis 12:1 – Êxodo 19:25), Lei (Êxodo 20:1 – Atos 2:4), Graça (Atos 2:4 – Apocalipse 20:3) e o Reino Milenar (Apocalipse 20:4 – 20:6). Mais uma vez, estas dispensações não são caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. O Dispensacionalismo, como um sistema, resulta em uma interpretação pré-milenar da Segunda Vinda de Cristo, e geralmente uma interpretação pré-tribulacional do Arrebatamento.
www.gotquestions.org                                              

Conversão

 
                                                     CONVERSÃO:
Esse é o resultado da regeneração. O novo coração é preparado para se voltar para Deus e realmente se volta. Sem regeneração, a pecaminosidade do homem o mantém longe de Deus, faz com que ele focalize seu amor em si mesmo e seus próprios prazeres, e encontre gratificação em coisas que são opostas a Deus e à santidade. O coração regenerado tem afeições e desejos novos. Portanto, está apto a buscar a Deus e a santidade.
Paulo disse que nada de bom havia em sua natureza carnal (Romanos 7:18). Essa é a única natureza que o homem tem até Deus lhe dar uma nova. E já que nada de bom pode proceder daquilo em que não existe nada de bom, a conversão não pode proceder da natureza carnal. Portanto, a concessão da nova natureza, ou vivificação, tem de vir antes da conversão. Fazer uma afirmação diferente é negar a total depravação, que significa que o pecado tem permeado todas as partes do ser do homem e tem envenenado todas as suas faculdades, não deixando nada de bom no homem natural.                                                                                                                  
É aí que muita gente coloca “a carroça na frente dos bois”, pois ensinam que a regeneração é consequência da conversão; essa perspectiva muitas vezes chega perigosamente perto de ensinar que um homem é salvo pelas obras de suas próprias mãos, pelas suas próprias ações, vontade ou capacidade. De novo, às vezes se confunde a conversão porque os homens usam um sentido mais limitado na palavra do que tem em seu uso bíblico. A palavra significa “dar meia volta” e dá para usá-la em vários modos e contextos. Por exemplo, Jesus disse para Pedro: “Quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:32), mas isso não significa que Pedro não era então salvo; tinha referência à presunção e arrogância de Pedro na carne. Pedro só poderia ser usado pelo Senhor para fortalecer outros depois de se converter de suas atitudes de confiar em si mesmo.
Contudo, há um jeito pelo qual dá para se usar com acerto a palavra “conversão” com relação à salvação; logo que o Espírito regenera uma pessoa, ocorre dentro dela uma “virada”, e essa virada é de natureza dupla. Por um lado, há uma mudança de curso [em que se abandona o pecado], que se pode denominar arrependimento, e por outro lado, há uma mudança de curso em direção a Cristo, que é simplesmente fé em Sua obra consumada de redenção.
O arrependimento olha para trás e renúncia. A fé olha para frente e aceita. A fé é reconhecer, com confiança, a realidade invisível. A fé cristã é reconhecer, com confiança, o Deus invisível, mas vivo, principalmente na medida em que ele é revelado no caráter gracioso em Cristo o Salvador dos homens.
Acerca do arrependimento que o evangelho ordena, pode-se dizer as seguintes coisas — isto é, que envolve:                                                                                                                                              
1 - Uma consciência do pecado pessoal…
2 - Que o pecado é um grande mal que se comete contra Deus, pelo qual não há desculpa…
3 - Ódio ao pecado. Esse é um elemento essencial no arrependimento. O ódio é inseparável da atitude de mudar de idéia.
4 - Tristeza por causa do pecado…
5 - Um propósito de abandonar o pecado.
O arrependimento é o primeiro aspecto da experiência inicial de salvação do crente, chamado conversão. A verdadeira conversão é uma parte essencial e prova da regeneração. A regeneração é Deus operando dentro do homem e a conversão é o homem desenvolvendo sua salvação em arrependimento e fé. O arrependimento é em grande parte negativo e tem a ver com o pecado em seus muitos aspectos e formas, e principalmente com o pecado da incredulidade.
Paulo disse que ele havia ensinado “conversão a Deus” (Atos 20:21), mas nisso necessariamente há o envolvimento de um arrependimento com relação ao pecado, a si mesmo e ao Salvador, pois não dá para se ter a atitude certa para com Deus sem, ao mesmo tempo, se ter a perspectiva apropriada acerca dessas outras coisas. O arrependimento é simplesmente entender as coisas em sua perspectiva apropriada; mas isso não é uma capacidade natural do homem, pois as Escrituras atribuem isso também como obra de Deus, conforme está escrito: “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados”. (Atos 5:31) “E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”. (Atos 11:18) “A benignidade de Deus te leva ao arrependimento”. (Romanos 2:4) “… Se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade”. (2 Timóteo 2:25)
Alguém poderá ainda fazer a objeção: Como é que então podemos nos arrepender? Como é que um riacho pode se levantar acima de sua fonte? A resposta é óbvia. Só podemos nos arrepender com a ajuda da graça divina. Lembre-se dessa passagem bíblica citada: “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados”, e lembre-se também do que foi declarado, que o exercício do arrependimento de nossa parte é apenas o lado debaixo; o lado de cima é a regeneração. Desenvolvemos o que Deus opera dentro de nós, tanto o querer quanto o realizar conforme a vontade dele. Portanto, nossa “confissão de fé” faz do arrependimento um fruto da regeneração.
Atos 26:20 declara que o arrependimento é uma mudança necessária de atitude antes que alguém possa ou queira ser salvo, e ocorre antes da reforma da vida. Essa passagem também diz que Paulo pregou tanto para judeus quanto para gentios para “que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento”. Mas se o arrependimento é uma mudança necessária de atitude, então é óbvio que deve sempre vir antes da fé, como na verdade é no Novo Testamento. Assim, Jesus pregou: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”. (Marcos 1:15) E Paulo testificou “tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”. (Atos 20:21)
Crer que Jesus é o Cristo implica perspectivas adequadas do caráter do Cristo de Deus. Se as Escrituras dão uma perspectiva de seu caráter, e se um homem tem uma perspectiva diferente, então, por mais sincero que ele possa ser em crer que Jesus é o Cristo, ele não crê na verdade das Escrituras. O Cristo em quem ele crê não é o Cristo de Deus. No sentido bíblico da palavra, ele não crê que Jesus é o Cristo.
A fé, como o arrependimento, não é uma virtude natural no homem, e assim o homem não pode se orgulhar em sua capacidade de crer em Cristo; e ele não deve pensar que isso é algo que ele possa fazer a qualquer momento que ele queira. A declaração “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça” (Romanos 4:16) mostra com clareza que a fé não pode ter mérito nessa questão, e assim o homem não pode se regozijar em sua própria capacidade de crer; a salvação não seria pela graça (favor imerecido) se a fé fosse uma virtude humana, ou tivesse algum mérito intrínseco. Os homens só creem “pela graça” (Atos 18:27s).A conversão é resultado da regeneração divina, tanto o arrependimento quanto a fé são obras divinas operadas no homem pelo Espírito de Deus, de acordo com sua própria vontade soberana, e para Sua própria glória.
Tradução: Julio Severo
Revisão e Edição: Charity Darlene e Calvin Gardner, 04/2014 Autor: Pr Davis W. Huckabee
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Regeneração

REGENERAÇÃO
A regeneração (Tt 3.5; 1Pe 1.3) ou o novo nascimento (Jo 3.3, 5, 7) é uma mudança sobrenatural operada pelo Espírito Santo no mais profundo intimo do eleito, vivificando o seu espírito que outrora estava morto transformando radicalmente a sua natureza, que inclinada somente para o pecado e em desagradar a Deus, passa agora ter a capacidade pelo Espírito Santo de viver uma vida que o glorifique em temor e obediência.
A regeneração é um ato completamente de Deus, e uma demonstração de sua onipotência. É o mesmo tipo de onipotência que Deus exerceu quando, por Sua palavra de comando, Ele criou o universo; ou quando, por uma semelhante palavra de comando, o Senhor ressuscitou os mortos. É requerido um poder onipotente para criar o universo ou ressuscitar os mortos, assim, é requerido o mesmo poder onipotente para ressuscitar aqueles que estão espiritualmente mortos. É este poder divino e onipotente que Deus exerce na regeneração quando, por seu Espírito Santo, ele ressuscita um pecador da morte espiritual, fazendo-o uma nova criação (Jo 5.25; 2Cor 5.17).1
A regeneração pode ser considerada de forma mais ampla, incluindo a chamada eficaz, a conversão e a santificação; ou de forma mais restrita, designando o primeiro princípio de graça infundido na alma. Isto faz da alma um objeto preparado para a chamada eficaz, um vaso apropriado à conversão, sendo também a fonte daquela santidade que é gradualmente desenvolvida na santificação e aperfeiçoada no céu.
Em vista disso, alguém poderia perguntar: “A regeneração acontece “antes, durante ou após” a pregação do evangelho”?
De fato, o Espírito Santo regenera uma pessoa “antes, durante e depois da exposição do evangelho”. Como assim? A fim de compreendermos melhor esta questão, é necessário, a despeito da regeneração, esboçarmos as suas três fases que estão estritamente relacionadas, que, por sinal, não é muito enfatizado. Senão vejamos: 
1. VIVIFICAÇÃO – Esta primeira fase é um ato exclusivo de Deus, no qual ele opera sem meios e sem a cooperação humana, e se refere ao chamado externo que resulta no chamado interno quando o Espírito Santo vivifica o espírito morto (Ef 2.1-3) e abre o ouvido surdo do pecador eleito (veja Mc 4.9, 23; 7.16; Ap 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22, onde a expressão “quem tem ouvidos para ouvir” se refere à pessoa regenerada que tem a capacidade de ouvir o evangelho no sentido de compreendê-lo e obedecê-lo) “implantando a faculdade da fé”, antes da exposição das Escrituras para que ele possa ouvir [espiritualmente] e compreender as suas implicações para, assim, crer e se arrepender. Logo, esta primeira fase “precede” ou ocorre antes da pregação do evangelho. Temos como exemplo nas Escrituras o caso de Lídia, descrito em At 16.14, onde o Senhor "abriu o seu coração" antes da pregação de Paulo para que pudesse culminar no próximo passo que veremos a seguir. 
2. CONVERSÃO – Esta segunda fase além de ser um ato primário de Deus, conta também com a participação humana em um certo sentido, onde Deus emprega o meio da pregação do evangelho. Após o pecador eleito ter sido vivificado ou ter nascido de novo, ele, agora, recebe o “poder da fé” que o capacita a ouvir e compreender o evangelho e suas implicações (Rm 10.17). Em seguida, é dado ao pecador eleito o dom da fé (Ef 2.8-10) e do arrependimento (At 11.18; Rm 2.4; 2Tm 2.25), onde ele é capacitado pelo Espírito Santo a crer e se arrepender de seus pecados. A conversão é obra de Deus e obra do homem. É preciso que Deus nos converta e, ainda assim, nós precisamos nos converter a ele.
3. SANTIFICAÇÃO – Esta terceira fase é o resultado e a evidência da conversão. Após ter crido e se arrependido dos seus pecados, o pecador eleito recebe a “operação da fé”, o qual demonstra a sua conversão abandonando o velho estilo de vida outrora campeado pela prática do pecado através de um novo estilo de vida caracterizado pelo temor [respeito e reverência] a Deus e obediência a sua vontade descrita nas Escrituras por meio de mandamentos. Se os dois estágios anteriores [vivificação e conversão] são atos exclusivos de Deus mediante o Espírito Santo, no qual o homem não participa [com exceção da conversão, onde há uma certa participação do homem], sendo passivo, contudo, na santificação, Deus torna o homem ativo para que este, agora, coopere juntamente com ele neste processo que envolve a participação de ambas as partes. Deus age no homem onde ele busca a santificação que emana do Espírito Santo (Fp 2.12-13).
Notas:   
1 - Gordon Lyons. A doutrina da Regeneração. Citação extraída do site: www.monergismo.com
2 - John Gill. Os termos bíblicos para o novo nascimento. Citação extraída do site: www.monergismo.com
3 - Antony Hoekema. Salvos pela graça, pág 119.
Fonte: Bereianos
 

O Chamado Eficaz


                               
O CHAMADO GERAL E CHAMADO EFICAZ

Esta é uma das verdades mais negligenciadas da Bíblia. Falava-se muito sobre este assunto no passado. Também no tempo de Spurgeon e outros; mas, hoje, só aqui e ali se ouve uma voz a clamar esta doutrina bíblica. Até nos atrevemos a dizer que nove entre dez membros da igreja nem mesmo iriam opinar em relação a esta verdade bendita.
A palavra “chamado” é usada, às vezes, para expressar o ato de nomear. Por exemplo: em Mateus 1:21 lemos: “chamarás o seu nome JESUS”. Outras vezes, emprega-se a palavra com a conotação do ato de convidar ou convocar, como em Lucas 14:13: “Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos”.
Quando a palavra “chamado” é usada para convidar, devemos fazer a diferença entre um chamado ao qual não se obedece e o outro que é eficaz – ao qual se atende. O objetivo principal do Evangelho é chamar as pessoas para a salvação, através da fé em Cristo. É óbvio que muitos destes chamados não são ouvidos, e muita gente continua perdida, apesar da pregação simples e apelo urgente. Por outro lado, vemos a pregação eficaz do Evangelho em muitos casos; vemos vidas transformadas por ele. Podemos ver um perdido ignorar e rejeitar                                                                                                                                                                                                                                                   
o Evangelho em uma ocasião e, depois, na próxima vez ou um pouco mais tarde, ser salvo por ele. O que faz a diferença? O pastor? Não, pois até pode ser o mesmo nos dois exemplos. O Evangelho? Não, pois é o mesmo nos dois casos. A diferença é feita pelo Espírito Santo em Seu poder de dar luz e vida ao coração do pecador. Ao se pregar o Evangelho “somente em palavras”, isto é, sem o poder vivificador do Espírito Santo, o pecador continua espiritualmente morto, e será ou indiferente ou contra o chamado do Evangelho.

O chamado eficaz é quase equivalente à regeneração. Em Romanos 8:30 vemos a ordem dos atos divinos na salvação: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”. Note que se usa a palavra “chamado”, ao invés de “regenerado”. Os crentes, muitas vezes, são denominados “os chamados”, ou então “os nascidos de novo”.

A BÍBLIA FAZ DISTINÇÃO ENTRE OS DOIS CHAMADOS

Existem dois chamados de Deus para o homem. Um é o chamado geral, feito a todos quantos ouvem o Evangelho através da audição. O outro é o chamado especial e resulta na salvação daqueles que o ouvem. Os homens são salvos através deste chamado divino. Paulo se refere aos crentes em Roma e em Corinto “chamados santos”. Romanos 1:1 e I Coríntios 1:2. Ele pregou o Evangelho, sem distinção, a judeus e gregos, em Corinto. Ao judeu natural, o Evangelho era um escândalo e ao grego (gentio), uma loucura. “Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus”. I Coríntios 1:24. Somente os chamados nos dois grupos viram o poder e a sabedoria de Deus no plano da salvação, através do Cristo crucificado.

Vamos examinar alguns versículos que falam sobre o chamado geral. Em Provérbios 1:24 Deus diz: “Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção”. Este foi um chamado externo, feito por Deus, através dos profetas, porém foi universalmente ignorado -- ninguém lhe deu atenção. Em Mateus 22:14, lemos: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. Eis um chamado feito a um número bem maior dos que foram escolhidos e salvos. Na parábola da grande ceia, registrada em Lucas 14, nenhum dos convidados apareceu, mas todos apresentaram desculpas.

Vamos, agora, examinar alguns versículos que falam sobre o chamado especial e eficaz. Em Romanos 8:28 lemos que tudo coopera para o bem “daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. “Os chamados” significa muito mais que “os convidados”, pois muitos são convidados para virem a Cristo, porém nunca vêm e assim, não são salvos. Para estes tudo não coopera para o bem. Em Romanos 8:30 lemos que os chamados também são justificados. Há muitos chamados (convidados) pela pregação do Evangelho que não são justificados. Paulo escreveu sobre o chamado eficaz na salvação ao dizer aos coríntios: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados”. I Coríntios 1:26. Em II Pedro 1:10 somos exortados: “Procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição”. Em todas estas passagens, o chamado é mais do que um simples convite externo para se crer no Evangelho.

 NATUREZA DO CHAMADO EFICAZ

1. É SUBJETIVO OU INTERNO. Há um chamado objetivo ou externo, no qual o Evangelho é apresentado e oferecido ao pecador. Neste chamado, a graça de Deus opera na mente e no coração; ao lhe compelir (no sentido de submeter a vontade humana à vontade de Deus), mas ao mudar a mente e o coração, através da inclinação governante da alma, a fim de que se torne disposto. Podemos definir o chamado eficaz com estas palavras: “Chamamos de convite eficaz ou o chamado eficaz o exercício do poder divino sobre a alma; poder este imediato, espiritual e sobrenatural, o qual transmite uma nova vida espiritual, tornando assim possível um novo modo de atividade espiritual. O arrependimento, a fé, a confiança, a esperança e o amor são, pura e simplesmente, os próprios atos do pecador, os quais só se tornam possíveis a ele, em virtude da mudança feita na condição moral de suas qualidades naturais, pelo poder de Deus de recriar”.

2. É UM CHAMADO ESPECIAL. Existe um chamado geral cada vez e seja onde for que o Evangelho for pregado. Deus é sincero neste chamado e o pecador tem a responsabilidade de dar-lhe atenção, mas o fato é que não o faz. O chamado especial é algo além da pregação do Evangelho, pois é feito àqueles que são chamados ovelhas, eleitos, predestinados. Para estes, é sempre eficaz. Cristo disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”. João 10:27-28. E, falando sobre as ovelhas perdidas entre os gentios, Ele declara: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor” João 10:16. Paulo reconheceu o eleito quando o Evangelho “Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós” I Tessalonicenses 1:5.

John Bunyan ilustra a diferença entre o chamado especial e e o geral através do modo como uma galinha chama os pintinhos. Às vezes, ela cacareja, mas os pintinhos não dão a mínima atenção. Porém, quando cacareja avisando-os que o gavião está para pegá-los, eles vêm voando, em busca de proteção sob suas asas. Deus, do mesmo modo, tem um chamado que traz as ovelhas perdidas ao abrigo e segurança sob as asas abertas do Calvário.

Spurgeon encontra uma ilustração para este chamado eficaz na ressurreição física de Lázaro. Ele diz que se o Senhor Jesus não tivesse Se dirigido pessoalmente a Lázaro, ao dizer: “Lázaro, sai para fora” (João 11:43), todos os outros mortos teriam ressuscitado, ao ouvir Sua ordem. Nosso Senhor faz uma distinção entre a ressurreição espiritual e física em João 5:25,28. Ele está falando sobre a ressurreição corpórea ao dizer: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz”.

3. É UM CHAMADO MIRACULOSO E INVENCÍVEL. Pedro diz que é um chamado para sair das trevas para a Sua maravilhosa luz. I Pedro 2:9. Cristo diz que é este chamado que faz o morto viver. Tal chamado tem o poder por trás. É o Espírito poderoso de Deus, agindo pela graça, que faz o pecador ver seu estado de desamparo e o valor do sangue de Cristo. Resistir, com sucesso a este chamado faria o pecador mais poderoso do que Deus. Havia a morte e adecomposição em Lázaro para impedi-lo de reagir à ordem de Cristo de sair do túmulo. Mas, havia poder de Deus, que vence todo e qualquer obstáculo da natureza. Do mesmo modo, existe muita coisa no pecador que resiste ao chamado do Evangelho, mas no chamado eficaz do Espírito esta resistência é vencida. O chamado eficaz é divino e surpreende o pecador descuidado e o faz pensar; traz luz ao entendimento obscurecido pelo pecado; abre o coração fechado por causa do pecado para receber Cristo como Senhor e Salvador. Sem a obra do Espírito Santo, a Palavra do Espírito seria rejeitada. A menos que o Espírito Santo ilumine a alma, a luz da Bíblia não será vista. O poder da conversão não está na inspiração nem na transpiração do pregador, mas na iluminação e regeneração do Espírito Santo.

O chamado externo do Evangelho, feito pelo pregador, assemelha-se à lei que acusa o réu e o leva ao julgamento; o chamado especial é o delegado que entra em contato com o réu, prende-o e o leva ao tribunal. A recusa do réu em se submeter à prisão não é prova de que seja superior à lei; mas se a lei for incapaz de levá-lo ao tribunal, isto seria uma prova que ele é mais forte que a lei. Então, quando o pregador convida os pecadores a se arrependerem e crerem no Evangelho e eles recusam, isto não indica que o pecador é mais forte do que Deus. Mas, se o Espírito Santo o chamar, vindo para dar para sua mente obscurecida a luz do evangelho, para fazê-lo arrepender-se e ter fé, para lhe dar um novo nascimento, e não conseguir, então isso provaria que o pecador é mais forte que Deus, o Espírito Santo. A depravação pode ser demais para o pregador, mas não para o Espírito Santo. É por isso que oramos, para que Deus converta o pecador, quando pregamos a ele.

O chamado geral é como o pai que chama o filho para levantar-se de manhã. O filho diz: “Ta bom!” e volta a dormir. O chamado não fez levantar; não surtiu nenhum resultado. O chamado eficaz é como o mesmo pai entrando no quarto do filho meia hora depois. Ele puxa o lençol e usa o cinturão. Isto funciona e o filho levanta na hora.

B. H. Carroll assemelha o chamado geral ao relâmpago, que é bonito e grandioso, mas não atinge nada; o chamado eficaz é como o raio que sempre atinge algum lugar.

A NECESSIDADE DO CHAMADO EFICAZ

1. A depravação humana, a condição da natureza humana caída, torna necessário o chamado sobrenatural e eficaz, para que haja conversão do pecador. O homem, por natureza, tem seu entendimento obscurecido pelo pecado. O coração está totalmente endurecido e sua mente é inimizade contra Deus. Se o pecador amasse a Deus e entendesse o Evangelho, ele imediatamente, ao ouvir o Evangelho, com amor e alegria atenderia o chamado feito pelas boas novas da salvação em Cristo. Mas, é preciso que o pecador passe por uma mudança de coração e mente, antes de receber Cristo como Senhor e Salvador. Esta mudança não é feita por ele mesmo e sim por Deus. Paulo disse a Timóteo para pregar, na esperança de que “porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos”. II Timóteo 2:25-26.
 
Autor: C. D. Cole 
Revisão 2004: David A Zuhars Jr 
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Eleição


1 - A ELEIÇÃO : confissão de fé batista Capítulo 3
 
O DECRETO DE DEUS                                                                                  

1. Desde toda a eternidade, Deus mesmo decretou todas as coisas que iriam acontecer no tempo; e isto Ele fez segundo o conselho da sua própria vontade, muita sábia e muito santa. Fê-lo, porém, de um modo em que Deus em nenhum sentido é o autor do pecado, nem se torna corresponsável pelo pecado, nem faz violência à vontade de suas criaturas, nem impede a livre ação das causas secundárias ou contingentes (casuais, temporárias...) Pelo contrário, estas causas secundárias são confirmadas; e em tudo isso aparece a sabedoria de Deus em dispor de todas as coisas, e o seu poder e fidelidade em fazer cumprir seu decreto.
Is46:10 ...que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade;                                                                                                                                      
Ef 1:11 ...nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade,
Hb 6:17  Por isso Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,
Rm 9:15,18  Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz.
At 4:27-28 ...porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e o povo de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram;
Jo 19:11: Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso quem me entregou a ti, maior pecado tem.
Ef 1:3-5  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
2. Embora Deus saiba tudo quanto pode ou poderá acontecer, em todas as condições possíveis, Ele nada decretou por causa do seu conhecimento prévio do futuro ou daquilo que viria a acontecer em determinada situação.
Rm 9:11,13,16,18 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),                                                                                                                                   
Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú.                                                
Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.                                                                                                                                          Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz.
 
3. Pelo decreto, e para manifestação da glória de Deus, alguns homens e alguns anjos são predestinados (ou preordenados) para a vida eterna através de Jesus Cristo, para louvor da sua graça gloriosa. Os demais são deixados em seu pecado, agindo para sua própria e justa condenação; e isto para louvor da justiça gloriosa de Deus.
1Tm 5:21 Conjuro-te perante Deus e Cristo Jesus e os anjos eleitos, que guardes estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo com parcialidade.
Mt 25:34 ...então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
Ef 1:5,6 ...nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,   para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, ...
Rm 9:22,23 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão.
Jd 4 Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
 4. Os anjos e homens predestinados (ou preordenados) estão designados de forma particular e imutável, e o seu número é tão certo e definido que não pode ser aumentado ou diminuído.
2Tm 2:19 Entretanto o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais, aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.
Jo 13:18  Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se cumprisse a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o seu calcanhar.
 5. Dentre a humanidade, aqueles que são predestinados para a vida, Deus os escolheu em Cristo para glória eterna; e isto de acordo com o seu propósito eterno e imutável, pelo conselho secreto e pelo beneplácito da sua vontade, antes da fundação do mundo, apenas por sua livre graça e amor, nada havendo em suas criaturas que servisse como causa ou condição para essa escolha.
Ef 1:4,9,11 ...assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor...                                                           
...desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,                                                                                                                                                
Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade...
 Rm 8:30 E aos que predestinou, a estes também chamou, e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
2tm 1:9 ...que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos...
1ts 5:9 ...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo...
Rm 9:13,16 Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú                                   
Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
Ef 2:5,12 ...e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos - ...                                                                                                     
...naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo,
 6. Deus não apenas designou os eleitos para glória, de acordo com o propósito eterno e espontâneo da sua vontade, mas também preordenou todos os meios pelos quais o seu propósito será efetivado. Por isso os eleitos, achando-se caídos em Adão, são redimidos em Cristo e chamados eficazmente para a fé nele, pela ação do Espírito Santo, e no seu devido tempo; e são justificados, adotados, santificados  e guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação.  Ninguém mais é redimido por Cristo, chamado eficazmente, justificado, adotado, santificado e salvo, senão unicamente os eleitos.
1Pe 1:2 ...eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
2Ts 2:13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princípio para salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade ...