Propósito da Igreja:

Propósito da Igreja: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Atos 2:42

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Conversão

 
                                                     CONVERSÃO:
Esse é o resultado da regeneração. O novo coração é preparado para se voltar para Deus e realmente se volta. Sem regeneração, a pecaminosidade do homem o mantém longe de Deus, faz com que ele focalize seu amor em si mesmo e seus próprios prazeres, e encontre gratificação em coisas que são opostas a Deus e à santidade. O coração regenerado tem afeições e desejos novos. Portanto, está apto a buscar a Deus e a santidade.
Paulo disse que nada de bom havia em sua natureza carnal (Romanos 7:18). Essa é a única natureza que o homem tem até Deus lhe dar uma nova. E já que nada de bom pode proceder daquilo em que não existe nada de bom, a conversão não pode proceder da natureza carnal. Portanto, a concessão da nova natureza, ou vivificação, tem de vir antes da conversão. Fazer uma afirmação diferente é negar a total depravação, que significa que o pecado tem permeado todas as partes do ser do homem e tem envenenado todas as suas faculdades, não deixando nada de bom no homem natural.                                                                                                                  
É aí que muita gente coloca “a carroça na frente dos bois”, pois ensinam que a regeneração é consequência da conversão; essa perspectiva muitas vezes chega perigosamente perto de ensinar que um homem é salvo pelas obras de suas próprias mãos, pelas suas próprias ações, vontade ou capacidade. De novo, às vezes se confunde a conversão porque os homens usam um sentido mais limitado na palavra do que tem em seu uso bíblico. A palavra significa “dar meia volta” e dá para usá-la em vários modos e contextos. Por exemplo, Jesus disse para Pedro: “Quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:32), mas isso não significa que Pedro não era então salvo; tinha referência à presunção e arrogância de Pedro na carne. Pedro só poderia ser usado pelo Senhor para fortalecer outros depois de se converter de suas atitudes de confiar em si mesmo.
Contudo, há um jeito pelo qual dá para se usar com acerto a palavra “conversão” com relação à salvação; logo que o Espírito regenera uma pessoa, ocorre dentro dela uma “virada”, e essa virada é de natureza dupla. Por um lado, há uma mudança de curso [em que se abandona o pecado], que se pode denominar arrependimento, e por outro lado, há uma mudança de curso em direção a Cristo, que é simplesmente fé em Sua obra consumada de redenção.
O arrependimento olha para trás e renúncia. A fé olha para frente e aceita. A fé é reconhecer, com confiança, a realidade invisível. A fé cristã é reconhecer, com confiança, o Deus invisível, mas vivo, principalmente na medida em que ele é revelado no caráter gracioso em Cristo o Salvador dos homens.
Acerca do arrependimento que o evangelho ordena, pode-se dizer as seguintes coisas — isto é, que envolve:                                                                                                                                              
1 - Uma consciência do pecado pessoal…
2 - Que o pecado é um grande mal que se comete contra Deus, pelo qual não há desculpa…
3 - Ódio ao pecado. Esse é um elemento essencial no arrependimento. O ódio é inseparável da atitude de mudar de idéia.
4 - Tristeza por causa do pecado…
5 - Um propósito de abandonar o pecado.
O arrependimento é o primeiro aspecto da experiência inicial de salvação do crente, chamado conversão. A verdadeira conversão é uma parte essencial e prova da regeneração. A regeneração é Deus operando dentro do homem e a conversão é o homem desenvolvendo sua salvação em arrependimento e fé. O arrependimento é em grande parte negativo e tem a ver com o pecado em seus muitos aspectos e formas, e principalmente com o pecado da incredulidade.
Paulo disse que ele havia ensinado “conversão a Deus” (Atos 20:21), mas nisso necessariamente há o envolvimento de um arrependimento com relação ao pecado, a si mesmo e ao Salvador, pois não dá para se ter a atitude certa para com Deus sem, ao mesmo tempo, se ter a perspectiva apropriada acerca dessas outras coisas. O arrependimento é simplesmente entender as coisas em sua perspectiva apropriada; mas isso não é uma capacidade natural do homem, pois as Escrituras atribuem isso também como obra de Deus, conforme está escrito: “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados”. (Atos 5:31) “E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”. (Atos 11:18) “A benignidade de Deus te leva ao arrependimento”. (Romanos 2:4) “… Se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade”. (2 Timóteo 2:25)
Alguém poderá ainda fazer a objeção: Como é que então podemos nos arrepender? Como é que um riacho pode se levantar acima de sua fonte? A resposta é óbvia. Só podemos nos arrepender com a ajuda da graça divina. Lembre-se dessa passagem bíblica citada: “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados”, e lembre-se também do que foi declarado, que o exercício do arrependimento de nossa parte é apenas o lado debaixo; o lado de cima é a regeneração. Desenvolvemos o que Deus opera dentro de nós, tanto o querer quanto o realizar conforme a vontade dele. Portanto, nossa “confissão de fé” faz do arrependimento um fruto da regeneração.
Atos 26:20 declara que o arrependimento é uma mudança necessária de atitude antes que alguém possa ou queira ser salvo, e ocorre antes da reforma da vida. Essa passagem também diz que Paulo pregou tanto para judeus quanto para gentios para “que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento”. Mas se o arrependimento é uma mudança necessária de atitude, então é óbvio que deve sempre vir antes da fé, como na verdade é no Novo Testamento. Assim, Jesus pregou: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”. (Marcos 1:15) E Paulo testificou “tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”. (Atos 20:21)
Crer que Jesus é o Cristo implica perspectivas adequadas do caráter do Cristo de Deus. Se as Escrituras dão uma perspectiva de seu caráter, e se um homem tem uma perspectiva diferente, então, por mais sincero que ele possa ser em crer que Jesus é o Cristo, ele não crê na verdade das Escrituras. O Cristo em quem ele crê não é o Cristo de Deus. No sentido bíblico da palavra, ele não crê que Jesus é o Cristo.
A fé, como o arrependimento, não é uma virtude natural no homem, e assim o homem não pode se orgulhar em sua capacidade de crer em Cristo; e ele não deve pensar que isso é algo que ele possa fazer a qualquer momento que ele queira. A declaração “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça” (Romanos 4:16) mostra com clareza que a fé não pode ter mérito nessa questão, e assim o homem não pode se regozijar em sua própria capacidade de crer; a salvação não seria pela graça (favor imerecido) se a fé fosse uma virtude humana, ou tivesse algum mérito intrínseco. Os homens só creem “pela graça” (Atos 18:27s).A conversão é resultado da regeneração divina, tanto o arrependimento quanto a fé são obras divinas operadas no homem pelo Espírito de Deus, de acordo com sua própria vontade soberana, e para Sua própria glória.
Tradução: Julio Severo
Revisão e Edição: Charity Darlene e Calvin Gardner, 04/2014 Autor: Pr Davis W. Huckabee
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br